ANAMNESE
ana = através mnese = memória
Roteiro da anamnese
1. Dados de identificação
2.Queixa principal (QP)
3.História da Doença Atual (HDA)
4.Revisão de aparelhos e sistemas
5.Antecedentes: pessoais e familiares
6.Perfil Psicossocial
Coleta dos dados do paciente
1.História (anamnese)
2.Exame físico
3.Exames Complementares
Semiologia: dedica-se ao estudo da fisiopatologia dos sistemas estudando os sinais e
sintomas das doenças.
Semiotécnica: dedica-se ao exame físico sinal-sintoma e síndrome.
Sinal: manifestações explícitas, objetivas, visíveis. Melhor avaliado pelo exame físico,
geralmente detectado pelo médico ou familiar.
Ex.: febre, icterícia (pele e escleras amareladas), edema e ascite.
Sintoma: manifestações subjetivas, são avaliadas pela anamnese (difícil de avaliar), o
paciente refere sentir, de difícil mensuração.
Ex.: dor, dispnéia
ANAMNESE
Espontânea: o paciente relata espontaneamente as queixas que ele apresenta
Dirigida: o médico faz mais perguntas.
Nunca fazer perguntasque não sejam neutras.
Ex.: Tem dor de cabeça?Tem falta de ar? Urina muito? Tem dor nas costas? Tem muita sede?
Tem muita fome?
1. QUEIXA PRINCIPAL (QP): o que o paciente apresenta como MOTIVO DA
CONSULTA, podendo ser uma ou várias queixas. Deve ser sempre relatada com as
palavras do paciente Obs: não significa que a QP seja o principal problema do
paciente.
Ex.: dor de barriga, falta de ar, dor de cabeça.
2. HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL (HDA): Análise de um sintoma (queixa).
Exemplo: dor
Tipo e/ou caráter
Localização
Intensidade
Duração e periodicidade –determinar o período de dor e quanto tempo dura. Também ver evolução!
Fatores que provocam ou pioram
Fatores que aliviam ou curam
Sintomas associados (acompanhantes)
Irradiação
Relação com funções orgânicas (dor no tórax: respiração, dor cervical: movimento do
pescoço)
Ex.: dor de barriga
Localização: epigátrica ou hipocôndrio direito ou esquerdo ou mesogástrio ou fossa
ilíaca.
Tipo de dor: epigástrio em ardência (sugere gastrite, úlcera).
Fatoresque provocam: chimarrão, café preto.
Fatores que aliviam: algum alimento, copo de leite.
Deve-se estimular o paciente a contar espontaneamente a história; após a descrição dele,
começa-se o trabalho dirigido para tornar a informação mais clara.
Obs.: deve-se transformar a história do paciente em termos médicos (claros e objetivos).
Obs.: SIC usado em dúvida sobre a queixa do paciente ou termo mal definido.
ATENÇÃO!!
Doença Crônica: a HDA deve apresentar uma boa evolução porque os sintomas vão aparecendo
ao longo do tempo, se intensificando ou se modificando.
Exemplo 1: Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC):
1º HAS, cefaléia, zunido nos ouvidos, cansaço que diminui em decúbito.
2º dispnéia (inicialmente fraca)
3º edema (comprometimento da circulação sistêmica e MI, ascite, turgência jugular)
Exemplo 2: DBPOC-apresenta história evolutiva longa
Exemplo 3: DISPEPSIA –eructação, Empachamento pós-prandial, Distensão abdominal, Flatulência.
Doença aguda: HDA detalhada
Exemplo: APENDICITE: HDA curta com evolução rápida
3. REVISÃO DE APARELHOS E SISTEMAS: descrever dados que não foram ditos na
HDA e que ajudam a esclarecê-la, como também encontrar outros problemas
(secundários) que o paciente apresente.
Ex.: paciente internado por pneumonia e que também apresente constipação.
3.1 Sinais e Sintomas Gerais
Febre
Astenia
Anorexia
Emagrecimento
Edema
3.2 Aparelho Cardiocirculatório
Precordialgia (dor no pulso)
PA (hiper ou hipo)
Palpitações
Dispnéia
Cianose
Edema
Varizes
Claudicação Intermitente
3.3 Aparelho Respiratório
Dispnéia
Tosse (seca ou produtiva)
Expectoração
Hemoptise
Epistaxe
Vômica
Dor ventilatório-dependente
Corisa
3.4 Aparelho gástrico
Disfagia
Odinofagia
Pirose
Azia
Empachamento pós-prandial
Hematêmese
Enterorragia
Vômitos
Hábito intestinal (cor, dor, diarréia, constipação)
Hábito alimentar
Tenesmo (desconforto após a evacuação com sensação de estar sempre com vontade de evacuar)
Regurgitação
Flatulência ou meteorismo
3.5 Aparelho gênito-urinário
Disúria (dor ou ardência)
Polaciúria (maior número de micções)
Poliúria (mais de 2000 ml)
Oligúria (menos de 400 ml)
Anúria (menos de 100ml)
Hematúria (cor de coca-cola)
Incontinência
Urgência
Jato urinário (força e calibre)
Mulheres: menarca, menopausa, filhos, partos (normal, cesáreas), corrimento, DSTs, prurido, frigidez
Homens: impotência, DST, prurido.
Obs.:
Pielonefrite → infecção urinária alta
Pneumatúria → urina com ar
Fecalúria → fezes na urina
Nictúria → urinar mais a noite que de dia
3.6 Sistema Nervoso
Cefaléia
Vertigens
Tonturas
Convulsões
Paresias (déficit motor)
Parestesias (distúrbios da sensibilidade)
Formigamento
Obs.: parestesia (sintoma subjetivo), hipoestesia (sintoma objetivo) formigamento no diabetes e
alcoolismo devido a neuropatias (nervos periféricos).
3.7 Sistema Endócrino
Sintomas relacionados a diabetes: polidipsia, poliúria e polifagia.
Sintomas relacionados à tireóide:
Hipertireoidismo: emagrecimento, tensão, insônia, diarréia, intolerância ao calor, polifagia, cãibras, agitação.
Hipotireoidismo: bradicardia, pele seca, intolerância ao frio, constipação.
3.8 Sistema hematocitopoiético
Anemia (palidez, astenia)
Linfonodomegalias (ínguas)
Transfusões
Hemorragias
3.9 Aparelho locomotor:
Dor articular (artralgias)
Dor na movimentação das articulações
Rigidez
Sinais flogísticos (inflamações → dor, calor, rubor, tumor)
3.10 Pele e anexos
Parasitoses
Manchas (hipo/ hipercrômicas)
Prurido
Pêlos
Unhas
3.11 Órgãos dos sentidos
Visão
Audição
Tato
Olfato
Paladar
4. ANTECEDENTES:
4.1 Pessoais mórbidos/história patológica pregressa: problemas de saúde que o paciente já teve
e não apresenta mais.
Cirurgias
Fraturas
Pneumonia
Febre reumática
Tuberculose
o Familiares: doenças que os familiares possuem de origem genética ou congênita.
o Doenças pré-existentes: que ainda convivem com o paciente.
o Perfil psicossocial
Condições sócio-econômicas
Perfil psíquico (emocionais)
Relação com a família e com o trabalho
Fontes: Porto; Bates; www.fejal.com.br.
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