quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

PSICOSSOMÁTICA

Pensar e tratar o adoecer jamais é simplista, até porque adoecer é, para muitos, viver sob a forma de "A DOR É SER"... Palavras de Caldeira & Martins, 1992.
 
A dor para muitas pessoas é uma forma de expressão da vida. É a prova da existência. Muitas vezes o processo de adoecimento é a única coisa que a pessoa tem. Isso é triste, mas ocorre.
 
Sabemos que a imagem corporal adicionada do esquema corporal tem como resultado a consciência corporal (I+E=C), mas é necessário que os médicos tenham um olhar mais amplo quanto à imagem corporal do paciente, pois a mesma pode ser um entrave ao processo de cura, ao tratamento necessário. O que é pensado causa reações orgânicas.
 
O termo psicossomática surgiu em 1918, com Heinroth.
Se divide em 3 fases:
 
PSICANALÍTICA (inicial) - Gênese inconsciente das enfermidades, regressão e ganho secundário da doença;
 
COMPORTAMENTALISTA/BEHAVORISTA (intermediária) - Pesquisa em homens e animais com condicionamento (estudo do stress);
 
MULTIDISCIPLINAR (atual) - Importância do social e da visão psicossomática como interação entre profissionais de saúde. Leva-se em consideração não só as questões psicanalíticas e de comportamento, como também das relações médicas. Os profissionais podem também causar a chamada iatrogenia. Isso tem relação com a relação social do paciente.
 
A psicossomática parece ser de certa forma uma ideologia sobre a saúde, o adoecer e as práticas com olhar INTEGRAL. A doença passa a ser algo amplo, não tão restrito como nos modelos cartesianos. Muitas vezes o corpo canaliza informações que são perdidas. Existe muito o que ser falado nas "entrelinhas" da linguagem corporal.
 
No Rio de Janeiro temos o autor Júlio de Mello Filho, que diz coisas interessantes sobre a psicossomática... Uma dica é buscar informações sobre esse autor e sobre o que ele fala em relação ao assunto.
 
"Atualmente a questão da psicossomática abrange tanto o ensino quanto a prática, todo o tipo de fenômeno de saúde e sua interação entre as pessoas, como as relações profissionais - pacientes, as relações humanas dentro de uma família ou de uma instituição de saúde, a questão das doenças agudas ou crônicas, o papel das reações adaptativas ao adoecer, a invalidez, a morte, os recursos terapêuticos" (Melo Filho, 1992).
 
Quando falamos de psicossomática, temos que pensar que cada ser humano tem um órgão-alvo. Todos temos uma forma de expressão corporal quando insatisfeitos. Isso para demonstrar que existem "coisas" que não vão bem, ou seja, algo está em descompasso. Lembram-se da boca seca para falar em público? E da dor no estômago quando muito estressados.
 
Esse olhar integral, psicossomático, é NECESSÁRIO para a prática médica.
 
3 PRINCÍPIOS:
 
*Uma variável PSICOLÓGICA interveniente. Um ETIOPATOLOGIA SOMÁTICA está comprometida, em casos determináveis ou de forma UNIVERSAL, com a FUNÇÃO PSICOLÓGICA.
*A AÇÃO EXISTENCIAL é um processo complexo de interação social, que inclui os ATOS SEMIOLÓGICOS, DIAGNÓSTICOS & TERAPÊUTICOS, contêm elementos da VIDA AFETIVA & irracional.
*A natureza do ATO MÉDICO é HUMANISTA, logo, a TERAPÊUTICA deve se estruturar em FUNÇÃO DA PESSOA do doente e não ser apenas PREVENTIVA ou CURATIVA, a partir do reconhecimento de uma patologia.
 
 
Fontes: 
Matéria dada em sala de aula (Prof. Leonardo), além de considerações pessoais.
 
 
 
                      
                                                         Ilustração de Leonardo Da Vinci


 
                                                  
 
 

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